As vezes as coisas que a gente faz todo dia subitamente se tornam tão exaustivas, sem sentido, tão difíceis... As vezes é tão complicado levantar da cama, estudar, trabalhar, conversar, sorrir. 

 

As vezes a gente desiste, vira para o lado e volta a dormir. Mas nem sempre dormir é o suficiente. As vezes a mente dorme também e as atividades executadas são as mínimas obrigatórias possíveis, e a gente diz "estou tirando um dia para descanso", mas e se o dia virar semana?  

 

O que precisa ser feito vai acumulando, ainda mais do que já estava, olhamos para aquela pilha de coisas a serem feitas e queremos muito faze-las, acabar logo com isso, mas de alguma forma... não dá. A gente tenta começar pelo simples mas até isso parece ser muito desgastante. 

 

Dizemos para nós mesmos que só precisamos de um pouco de solidariedade, mas a empatia não vem de quem você precisa, e desprezamos todas as outras formas de conforto. Porque ao mesmo tempo que precisamos de um abraço, queremos desesperadamente ficar sozinhos. 

 

Colocamos uma música triste, abraçamos o travesseiro e fazemos força para chorar, por que isso parece pertinente e libertador, mas as lágrimas não vem... elas apenas pesam na olheira, é frustrante.  

Nós sabemos o perigo de não sentir, de se estar esgotado, mas de alguma forma ele não nos afeta... como uma luz vermelha que está piscando há tanto tempo que a gente se acostuma.  

 

O mundo vai rodando, as coisas vão acontecendo e a gente só observa, impassível. Por que as vezes a gente precisa parar.