As vezes precisamos ser egoístas, muito egoístas. As vezes precisamos dizer tudo aquilo que guardamos no peito, berrar na cara de quem gostaríamos que soubesse sem que fossem necessárias palavras. Normalmente somos grossos, rudes, quando fazemos isso, por que precisamos ser. Normalmente estamos bêbados, porque conviver com essas palavras é complicado. 

 

As consequências desse desabafo? Desastrosas! Machucamos aqueles que gostam da gente, machucamos aqueles que importam. Tudo desaba, desmorona. Gostaríamos de não ter dito nada daquilo, se pudéssemos, embutiríamos tudo de volta no peito, mas era necessário, e não há como negar que aconteceria mais cedo ou mais tarde. A verdade é que era pesado de mais para carregar sozinho, então eles que lidem com isso, pra variar um pouco.  

 

Agora nos vemos sozinhos, totalmente sozinhos. "Quem se importa? Não me incomodo!" (ainda estamos em negação). A verdade é que "antes só do que mal acompanhado" não se aplica aqui, porque os que ficaram pra traz são pessoas maravilhosas que estimamos muito, e que os problemáticos aqui éramos nós, então ficar sozinho com certeza não é um bom negócio.  

 

Mas quem estamos querendo enganar? Sempre estivemos sozinhos. Família, amigos... eles não carregam o que carregamos, eles não conhecem o peso de ser quem somos, então como poderiam se identificar? Sentir empatia? Não podem! Eles não entendem, nunca entenderão, por isso tenho que seguir só. 

Mas é uma pena, uma lástima! Tanto amor, tanto calor... tudo que nunca vai ser porque somos quebrados. Quantas incontáveis vezes os vimos se divertindo como um e nos sentimos de fora? Quanto já nos desgastamos para fazer parte desse um?! Família perfeita, família maravilhosa! Cheia de pessoas completas, felizes e certas... tudo que mais queríamos na vida era ser assim também, ser normal, se identificar... eu tentei, tentei muito, como tentei!  

 

Mas cada vez que mudamos um pouquinho e ainda assim não somos aceitos só nos machucamos, só sangramos, cada vez um pouquinho, cada vez MAIS um pouquinho! Mas chega! CHEGA!  

 

Eles que lidem com as minhas cicatrizes, com as minhas marcas de autoflagelação de antigas tentativas de ser mais como eles. Eles que vejam o mal que fizeram com seu descaso, cansei de tentar. Adeus.