É impressionante o quanto as pessoas esperam de nós. Altas e irreais expectativas, objetivos inalcançáveis, metas inatingíveis... e para que? Para que possamos ser felizes. Pois os mais velhos sabem, os mais experientes, os mais conhecedores... eles sabem o que é realmente importante, o que nos trará felicidade, o que nos fará feliz.  

   Mas como podem eles saber o que me trará felicidade? Ainda que tenham passado pelo que eu passei, não o fizeram com os MEUS olhos, com os MEUS sentimentos, com o meu passado. Por que teria eu que me enquadrar em um molde de tamanho único feito à partir de um padrão irreal? Não sou padrão, não sou média. Eu sou eu e nada mais.  

   É exaustivo tentar ser tudo que querem que eu seja... e para quê? Pertencer? Enquadrar? Por que eu deveria ser mediana se posso ser tão mais do que isso? E de quê tenho medo? De ser chamada de estranha? Considerada diferente? Bem... a verdade é que eu sou mesmo, então por que deveria ter medo desses títulos? Por que deveriam eles serem pejorativos se a verdade... a bem verdade é que somos todos estranhos se comparados com esse molde rude que impõem para nós? 

   Que injusto esperar que sejamos todos iguais! Mesmos sonhos, metas, ambições, mesma fonte de felicidade! Qual o problema de buscar meu futuro brilhante pela estrada que me pareça mais certa? Qual o problema de traçar meu caminho usando como base meus próprios valores? Não precisa haver certo e errado, as coisas podem ser simplesmente diferentes. Mas dá tanto medo de ser diferente... tanto medo! 

   E se eu quiser fazer o que eu faço melhor? E se o que eu faço melhor não tiver valor para você? Eu serei menor, inferior? Pouco me importa, serei feliz! Rita Lee já cantava: "louco é quem me diz que não é feliz" e, de fato, que loucura sem cabimento privar-me do que me dá felicidade para tentar ser feliz por padrões mais agradáveis aos olhos dos outros. 

   É tão exaustivo ser outra pessoa, fingir um sorriso enquanto se priva de sorrir de verdade... é tão cansativo ser incoerente. E para quê? Quem são esses "outros" que me assustam tanto? São pessoas como eu. Indigentes mascarados que preferem viver uma mentira à sair do padrão. São burros, são loucos, são Infelizes Anônimos com medo de demônios imaginários. São pessoas. 

   Compreender isso me dá poder. Saber que os outros são pessoas cheias de medos e insegurança, saber que os outros são assim como eu e que eu sou "os outros" dos outros me dá força para tirar a máscara, sair do padrão, quebrar o molde, pois agora não faço isso só por mim: faço por todos aqueles que ainda têm medo demais para serem o melhor que podem ser, para serem eles mesmo, faço isso para que "os outros" vejam que não precisam levar nas costas esse título, que podem tirar a mascara.  

   Muito prazer, eu sou Destiny Nouani. Sou única, sou estranha, sou eu.